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AMBEV, Natura e Riachuelo cortam investimentos para 2016

  • por Daniel Lopes
  • 14 de mar. de 2016
  • 4 min de leitura


Somente para 2016, a Petrobras pretende investir US$ 20 bilhões, 25,9% menos que o sinalizado em junho do ano passado. A simples redução dos investimentos não bastará para solucionar os problemas de liquidez e a elevada alavancagem da estatal petroleira, que já avalia a venda de ativos para gerar caixa e honrar as dívidas com vencimento no curto prazo.


Muitas das empresas que estão reduzindo seus investimentos programam apenas o chamado "capex de manutenção", valor mínimo para a continuidade da operação. É o caso da Usiminas, que, em meio à sua fragilidade financeira e com risco de ingressar com pedido de recuperação judicial, já avisou que seus aportes em 2016 serão apenas para manter a operação e deverão cair pela metade em relação a 2015.


Outras companhias, além desse montante mínimo para a operação, estão destinando parte dos recursos para projetos que não podem ser deixados de lado. É o caso do "S11D", da mineradora Vale, investimento já na fase final e que garantirá mais competitividade à companhia no ciclo de baixa dos preços das commodities. Ainda assim, os investimentos da Vale deverão ficar em US$ 6,2 bilhões em 2016, quinto ano consecutivo de queda do orçamento de investimentos pela mineradora, após o pico de US$ 18 bilhões em 2011.


"O primeiro ciclo de retirada de investimentos e mudança de planos foi muito duro. Chegou a hora de as empresas, ao invés de reagirem ao pânico coletivo, escolherem seus investimentos prioritários, alocando seus recursos de forma qualitativa e não quantitativa", destaca o chefe de mercado de capitais da casa de análise independente Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto.

O sócio líder das áreas de auditoria e consultoria da Grant Thornton, Daniel Maranhão, afirma que esse represamento de investimento ocorre, principalmente, devido à falta de previsibilidade em relação ao contexto futuro, tanto político quanto econômico, do Brasil. "Enquanto não houver um cenário mais definido e claro, as empresas não vão fazer investimento em aumento de capacidade, por exemplo", destaca. Segundo o especialista, o foco no momento tem sido primordialmente cortar custos e manter o caixa.


Maranhão atenta para o fato de que as companhias precisam acompanhar de perto os sinais políticos e econômicos que vão sendo passados, para que novas premissas possam ser incorporadas às projeções. Como muitos investimentos têm maturação de médio ou longo prazo, é importante para a perenidade da empresa uma antecipação à retomada.


O momento de contingenciamento não poupou nem mesmo a gigante de bebidas Ambev, que já anunciou que deve investir no Brasil neste ano uma quantia menor do que os aportes de R$ 3,1 bilhões feitos em 2015. A companhia deve sofrer este ano pressões de alta de custo nas operações brasileiras, embora considere a redução no volume de investimento como uma "variação normal".


Na fabricante de cosméticos Natura, o corte ocorrerá mesmo depois de a companhia já ter começado a reduzir investimentos no ano passado. A empresa saiu de um patamar de R$ 500 milhões de Capex nos últimos anos para R$ 383 milhões em 2015. E esse volume será reduzido de novo, para R$ 350 milhões em 2016. A racionalização fez a empresa até mesmo abandonar projetos que já estavam em andamento, para poupar caixa. "Os tempos são outros e temos que priorizar projetos", disse o presidente Roberto Lima.


Para planejar os investimentos a serem feitos, a empresa precisa projetar um fluxo de caixa e trazer para o valor presente, para analisar se aquele investimento tem uma taxa mínima de atratividade, explica o coordenador do curso de Administração do Ibmec/MG, Eduardo Coutinho. "O nível de confiança está péssimo e é natural que os investimentos fiquem em patamares mínimos", destaca.


Para baixo

No varejo, os cortes ficarão evidentes em um número menor de novas lojas. A Cia Hering, por exemplo, prevê investimentos 34,7% abaixo de 2015. A Riachuelo, que fez 28 inaugurações em 2015, projeta 15 aberturas em 2016. No Grupo Pão de Açúcar (GPA) a racionalização deve continuar, sobretudo nas bandeiras de eletroeletrônicos Casas Bahia e Pontofrio, nas quais a companhia não espera inaugurações em 2016. O GPA deve investir ao redor de R$ 1,5 bilhão em 2016, ante os R$ 2 bilhões de 2015.


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Na esteira de mau momento do varejo, as operadoras de shoppings também irão segurar mais os gastos. A Multiplan, por exemplo, admitiu que irá esperar sinais de recuperação da economia antes de iniciar projetos e construções.


O novo ciclo de cortes de investimento também segue atingindo o setor de infraestrutura, em especial em companhias mais endividadas, como a Rumo Logística. A companhia irá cortar em cerca de 30% as projeções para o capex e o total de investimentos em 2016 ficará na faixa de R$ 1,7 bilhão a R$ 2,1 bilhões, ante projeções anteriores de R$ 2,6 bilhões a R$ 2,8 bilhões neste ano.


No setor de telecomunicações, a América Móvil, controladora de Claro, Embratel e Net no Brasil, indicou uma redução no ritmo de investimentos globais em aproximadamente 20% em 2016, o que inclui Brasil.


Na Comgás, o investimento previsto para este ano pode ficar quase 10% menor do que o aplicado no ano passado. O montante esperado é de R$ 470 milhões a R$ 520 milhões, frente aos R$ 521 milhões de 2015. Para gastar menos e manter o ritmo de expansão, a companhia vai diminuir o custo com conexão das residências: passará a buscar mais casas apenas com fogão (sem aquecedor) e exigir maior pagamento pelo consumidor.


NATURA (foto internet)

Via JC Online

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